Governo bate o martelo: Gasolina terá 30% de álcool a partir de agosto
Saiba tudo sobre a decisão do governo de aumentar para 30% a mistura de etanol na gasolina a partir de agosto. Entenda como o E30 pode influenciar o desempenho do seu carro, o preço do combustível e os desafios para o setor.
Uma decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (2 de julho), confirma a retomada da mistura obrigatória de 15% de biodiesel no diesel (B15) e, a partir de 1º de agosto, o aumento do teor de etanol anidro na gasolina comum para 30% (E30).
Governo bate o martelo: Gasolina terá 30% de álcool a partir de agosto
Essa medida antecipa compromissos que o governo vinha projetando apenas para o fim do ano. O aumento da mistura de biodiesel, por exemplo, havia sido adiado em fevereiro devido à pressão do setor de distribuição, que apontava para a escalada de fraudes no diesel B e impactos inflacionários.
Já a elevação do etanol na gasolina, que hoje é de 27,5%, representa um avanço significativo. Vale ressaltar que o novo percentual de 30% de etanol será aplicado apenas na gasolina comum. A gasolina premium manterá o teor de 25%.
Como a gasolina com 30% de álcool pode influenciar no seu carro?
A elevação da mistura de etanol na gasolina comum para 30% traz diversas implicações para os veículos no Brasil:
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Desempenho e Consumo: A aprovação do E30 veio acompanhada de uma importante recomendação para que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) eleve a octanagem mínima da gasolina de RON 93 para RON 94. Essa medida é crucial para garantir o desempenho dos veículos e, de acordo com o governo, manter os ganhos ao consumidor, já que o aumento da octanagem eleva a rodagem por litro. A ANP já está agilizando a mudança da regulação para atender a essa demanda.
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Preço do Combustível: O governo estima que o E30 pode reduzir em até R$ 0,11 o preço do litro da gasolina a partir de agosto. No entanto, o impacto real dependerá do comportamento das margens ao longo da cadeia, especialmente na distribuição e revenda. A expectativa é de um alívio no bolso do consumidor, mas sua concretização dependerá de fatores de mercado.
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Veículos Flex Fuel: Para os carros flex fuel, que já são projetados para operar com diferentes proporções de etanol e gasolina, a mudança deve ser absorvida sem grandes problemas. A tecnologia flex já considera variações na composição do combustível.
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Veículos Somente a Gasolina (Mais Antigos): Carros mais antigos, projetados para funcionar exclusivamente com gasolina e com menor tolerância ao etanol, podem necessitar de atenção especial. Embora a octanagem aumentada ajude a compensar o maior teor de álcool, proprietários de veículos fabricados antes da ampla adoção da tecnologia flex devem ficar atentos a qualquer sinal de alteração no desempenho ou consumo. Em casos muito específicos, uma avaliação mecânica pode ser recomendada.
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Manutenção: O etanol é um solvente e pode ter um efeito maior em certos componentes do sistema de combustível a longo prazo. No entanto, as montadoras já vêm adaptando os veículos a percentuais crescentes de etanol há anos. É sempre recomendável seguir o plano de manutenção do fabricante e utilizar combustíveis de boa procedência.
Reações do setor
O setor de biodiesel comemorou a decisão, que “coloca o cronograma da mistura em dia”, segundo Erasmo Battistella, da Aprobio. A entidade já projeta avançar até o B20 (20% de biodiesel no diesel).
Por outro lado, tanto a Aprobio quanto o Instituto Combustível Legal (ICL) defendem um aumento na fiscalização. Há uma preocupação latente de que a ampliação das misturas possa levar a um crescimento das fraudes nos combustíveis, um problema que o Brasil já enfrenta.
A implementação do E30 a partir de agosto marca um novo capítulo na política energética brasileira, buscando equilibrar a produção de biocombustíveis com as necessidades dos consumidores e a sustentabilidade ambiental.
Você tem um carro flex ou a gasolina? Como você acredita que essa mudança no combustível vai te impactar? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.