Dupla embreagem banhada a óleo. O calcanhar de Aquiles do Novo Nissan Kicks
A Nissan acaba de lançar a nova geração do Kicks 2026, prometendo revolucionar o segmento de SUVs compactos no Brasil. Com produção em Resende (RJ), o SUV chega às lojas em 3 de julho, com pré-venda já aberta a partir de R$ 164.990.
O Novo Kicks 2026 é o primeiro carro da marca produzido no Brasil com a plataforma CMF-B High Spec, a mesma usada pelo Nissan Juke europeu. No entanto, a grande novidade e, para alguns, o potencial “calcanhar de Aquiles”, reside no seu conjunto mecânico.
Novo Nissan Kicks chega com novidades mecânicas
Sob o capô, o Novo Kicks apresenta um motor 1.0 turbo flex de três cilindros, com injeção direta e comando de válvulas variável. Ele entrega 125 cv de potência com etanol (120 cv com gasolina) a 5.000 rpm e um torque robusto de até 22,4 kgfm a 2.500 rpm (20,4 kgfm com gasolina).
A grande aposta — e o ponto de atenção — é o câmbio automatizado de dupla embreagem (DCT) de seis marchas, banhado a óleo. Este é o mesmo conjunto mecânico já aplicado no Renault Kardian, marcando a estreia dessa transmissão em um modelo Nissan no mercado brasileiro. O sistema é operado por meio do seletor eletrônico de marchas por botões (e-Shifter), uma inovação para o segmento.
As dimensões do Novo Kicks também cresceram, com 4.365 mm de comprimento e um entre-eixos de 2.655 mm, o maior da categoria, além de um porta-malas de 470 litros. O modelo oferece seis airbags desde a versão de entrada, controle de tração e estabilidade, e alerta de colisão com frenagem automática, evidenciando seu pacote tecnológico robusto.
A Dupla Embreagem Banhada a Óleo: Prós e Contras
Câmbios de dupla embreagem (DCTs) são conhecidos por sua rapidez e eficiência nas trocas de marcha, proporcionando uma experiência de condução mais esportiva e, muitas vezes, melhor consumo de combustível em comparação com automáticos tradicionais.
A versão “banhada a óleo” (wet-clutch) é considerada superior às “secas”, pois o fluido de transmissão ajuda no resfriamento das embreagens, permitindo que o câmbio suporte mais torque e seja mais resistente ao superaquecimento, especialmente em condições de tráfego intenso.
No entanto, a complexidade inerente a esse tipo de transmissão pode ser um ponto de preocupação para alguns consumidores:
- Manutenção Especializada e Custo Elevado: A tecnologia DCT, por ser mais complexa, exige mão de obra especializada e, geralmente, peças mais caras em caso de reparo. A troca do fluido da transmissão, embora menos frequente que nas embreagens secas, é crucial e deve seguir rigorosamente as recomendações do fabricante (geralmente entre 60.000 e 100.000 km), com fluidos específicos e, por vezes, mais caros.
- Sensibilidade a Certas Condições de Uso: Embora as embreagens banhadas a óleo lidem melhor com o calor, o tráfego pesado (anda-e-para), manobras lentas ou arrancadas em aclives acentuados ainda podem gerar desgaste excessivo se o motorista não estiver atento. O excesso de deslizamento das embreagens nessas situações pode levar a aquecimento e desgaste prematuro.
- Potenciais “Engasgos” ou Trepidações: Em alguns sistemas de dupla embreagem, usuários relatam pequenas hesitações ou trepidações em velocidades muito baixas ou em manobras, embora a tecnologia wet-clutch seja projetada para minimizar esses comportamentos.
- Contaminação do Óleo: Com o tempo e o desgaste normal, pequenas partículas das embreagens podem se soltar e contaminar o óleo da transmissão. Se a manutenção não for adequada, essa contaminação pode afetar outros componentes internos, como a unidade mecatrônica.
A escolha da Nissan pelo câmbio DCT banhado a óleo visa oferecer desempenho e eficiência, alinhando o Novo Kicks a uma tendência global de motores turbo e transmissões sofisticadas. Contudo, para garantir a longevidade e a confiabilidade do sistema, será fundamental que os proprietários sigam rigorosamente o plano de manutenção recomendado pela Nissan, utilizando os fluidos corretos e realizando as revisões nos prazos indicados.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.