Dá para comprar carro na Argentina e trazer para o Brasil?

Dá para comprar carro na Argentina e trazer para o Brasil? Com as novas regras de tributação será que vale a pena importar do país vizinho?

A recente desvalorização do peso argentino em relação ao real somada à isenção de impostos anunciada pelo Ministro da Economia fez com que os brasileiros se perguntassem: Dá para comprar carro na Argentina e trazer para o Brasil?

A resposta é sim, mas nem sempre vale a pena. Entenda no post!

Primeiro: a legislação brasileira permite a importação de veículos, mas com algumas condições. Carros usados só podem ser trazidos para o Brasil se tiverem mais de 30 anos de fabricação, o que os classifica como carros antigos. 

Já os carros novos podem ser importados, desde que não tenham sido emplacados na Argentina. Além disso, carros emplacados lá podem transitar por aqui, porém o endereço do proprietário deve ser argentino. Ou seja, ele pode vir, passar uns dias e depois voltar, nada de importação. 

Agora, dirigir um carro comprado na Argentina no Brasil por um proprietário brasileiro residente aqui pode ser considerado crime de contrabando. 

Se a ideia é trazer um veículo da Argentina, é preciso seguir todas as regras de importação do produto. 

Governo argentino reduziu imposto de produção de carros - Foto: Stellantis
Governo argentino reduziu imposto de produção de carros – Foto: Stellantis

As etapas incluem:

  • Escolha e compre veículo
  • Reúna toda a documentação necessárias 
  • Contrate uma empresa especializada no transporte (você não pode vir dirigindo o veículo)
  • Faça o desembaraço aduaneiro na alfândega para a verificação dos documentos e pagamento das taxas de importação. 
  • Após todo o desembaraço aduaneiro, o carro deverá ser emplacado no Brasil.

Entre os custos estão: imposto de importação, IPI (Imposto sobre o Produtos Industrializados), taxas do despachante e taxas de transporte. 

Vale a pena importar carro da Argentina?

Vai depender do modelo. Muitos dos carros vendidos lá já estão presentes no Brasil. Ocorre que um modelo ou outro pode ser disponibilizado apenas no país vizinho. 

Por exemplo, o carro mais vendido da Argentina em 2024, o Peugeot 208, custa 21.662.200 Pesos, o equivalente a cerca de R$ 131.996. Só aí não compensa, porque o mesmo veículo é vendido aqui a partir de R$ 80 mil. 

Contando os custos de importação, esse veículo custará mais de R$ 200 mil. 

Toyota Hiace - Foto: Divulgação
Toyota Hiace – Foto: Divulgação

Outro modelo que não é vendido no Brasil, o Toyota Hiace, vendido a 51.152.000 pesos também não valeria a pena. Na conversão direta, o modelo custa R$ 285.372,92 sem contar os custos de importação. 

No final, a compra só vale a pena se você busca um modelo específico que você quer muito ou se o preço do veículo for significativamente menor do que no Brasil, mesmo com os custos de importação.

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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