Brasil sai na frente e se torna 1º país produtor de hidrogênio de etanol
Brasil sai na frente e se torna 1º país produtor de hidrogênio de etanol. Saiba tudo sobre o projeto piloto e inovador da USP.
É possível produzir hidrogênio de etanol? A Universidade de São Paulo (USP) está prestes a fazer história com a primeira estação de abastecimento de hidrogênio renovável a partir do etanol do mundo.
USP já produz hidrogênio de etanol
A USP se torna a primeira instituição no mundo a desenvolver e iniciar a operação de uma estação de abastecimento de hidrogênio renovável produzido a partir do etanol.
A novidade foi anunciada pelo reitor Carlos Gilberto Carlotti Júnior durante a Conferência de Pesquisa e Inovação em Transporte Energética — ETRI 2024.
O hidrogênio produzido a partir de fontes renováveis, como o etanol, é considerado um combustível limpo e versátil, podendo ser empregado em mais de uma frente.
Porém, o principal deles é o transporte, abastecendo veículos com células de combustível, reduzindo drasticamente as emissões de gases poluentes. Em breve, a UPS vai dar sequência aos testes com três ônibus urbanos e um rodoviário movidos a hidrogênio.
A indústria também pode ser beneficiada com a substituição de combustíveis fósseis em processos industriais, tornando-os mais sustentáveis.
O hidrogênio também pode ser armazenado e utilizado para equilibrar o uso da rede elétrica, aproveitando a energia de fontes renováveis como solar e eólica.
“Estudos preliminares mostram que, se 18 ônibus urbanos movidos a diesel que circulam pela USP fossem hoje substituídos por versões abastecidas com hidrogênio, a universidade deixaria de emitir quase 3 mil toneladas de CO2 [dióxido de carbono] por ano”, disse Meneghini.
Como funciona a tecnologia do hidrogênio?
A tecnologia empregada na planta-piloto da USP é baseada em um reator desenvolvido pela startup paulista Hytron com apoio da FAPESP. Também participaram do projeto o Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) e Shell na Escola Politécnica (Poli-USP).
Nesse reator, o etanol e a água são aquecidos a altas temperaturas (75ºC), desencadeando reações químicas que resultam na produção de hidrogênio e monóxido de carbono biogênico.
A princípio, a estação tem capacidade de produzir 4,5 quilos (kg) de hidrogênio por hora – aproximadamente 100 kg por dia.
Os quatro ônibus utilizados no teste contam com autonomia de 450 quilômetros (km). Um deles já chegou a ser usado para levar os visitantes até a estação durante o evento.
Os pesquisadores pretendem avaliar a eficiência desses ônibus urbanos movidos a hidrogênio.
“Teremos as condições, agora, de avaliar esses veículos em um ciclo real. Isso é muito importante para aplicação, porque na indústria automobilística, para chegar a uma produção em série de um veículo, é preciso ter os números muito bem determinados e definidos em operações reais”, acrescentou Meneghini.
Ainda não há previsão para que a tecnologia chegue ao consumidor. Para Meneghini, o custo terá um valor final extremamente competitivo.
O que achou do novo combustível? Será que ele vai substituir a gasolina? Comente o que achou.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.