Cientistas japoneses estão desenvolvendo uma nova tecnologia que vai fazer com que o pneu dure mais, fique mais resistente e seguro. A técnica utiliza a radiação síncrotron, recentemente apresentada ao mundo.
A novidade é resultado de uma parceria entre Sumitomo Rubber Industries (SRI) e da Universidade de Tohoku, da RIKEN e do Instituto de Pesquisa de Radiação Síncrotron do Japão.
Pneu que dura mais?
Imagine visualizar os átomos e moléculas da borracha se movimentando em câmera super lenta? Isso não é coisa de filme de ficção científica, mas sim resultado da radiação síncrotron.
“A técnica de radiação síncrotron permite medir o movimento atômico e molecular da borracha em um domínio de tempo sem precedentes, proporcionando avanços avançados em resistência e durabilidade”, explica a fabricante de pneus Dunlop.
Em termos mais simples, essa radiação é um tipo de luz mais intensa e com um espectro mais amplo do que a luz comum. Ela é produzida quando os elétrons se movimentam em uma alta velocidade dentro de um acelerador de partículas.
A luz permite que os cientistas “enxerguem” a matéria em um nível atômico, o que antes eram “invisíveis” mesmo com sofisticados equipamentos.
Os cientistas da SRI conseguiram utilizar uma abordagem capaz de capturar movimentos moleculares em escalas de tempo a partir de 0,1 nanossegundos.
Com esse nível de isolamento direcionado à borracha, os cientistas conseguem observar como os átomos e moléculas se comportam em diferentes condições. Isso permite otimizações que garantem maior resistência ao desgaste e vida útil prolongada dos pneus.
“Essa inovação representa uma grande evolução em relação às técnicas convencionais, que mede apenas um intervalo de 10 a 1000 nanossegundos. Ao expandir a capacidade de análise para um amplo espectro temporal e espacial, os pesquisadores podem explorar e melhorar as propriedades do material de maneira iniciada, aplicando os resultados diretamente ao desenvolvimento de pneus”, ressalta a Dunlop.
O que isso representa para o setor de pneus?
A tecnologia pode beneficiar bastante a indústria automotiva e contribuir para um futuro mais sustentável. Sua aplicação na produção de pneus promete aumentar a eficiência, reduzir os custos e melhorar o desempenho dos produtos.
Dessa forma, é possível elevar a produtividade, otimizar o uso de recursos e desenvolver produtos mais reforçados, duráveis e ecológicos. A expectativa, no médio e longo prazo, é que os avanços possam melhorar o desempenho dos pneus, além de proporcionar uma experiência de condução mais segura e econômica para os consumidores.
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