Blindados exigem cuidados especiais
Motorista precisa redobrar a atenção quanto à temperatura dentro do carro e também com vidros e portas
Com a insegurança das cidades brasileiras e os bons preços encontrados no mercado de usados, os veículos blindados estão cada vez mais populares no País. Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), a produção anual aumentou de 338 unidades, em 1995, para 11.731, em 2014. Além disso, um levantamento divulgado pela entidade em 2015 indica que o estado de São Paulo é dono de 70,67% da frota de carros com algum tipo de proteção, seguido por Rio de Janeiro (13,57%) e Pernambuco (4,66%). Mas o que muita gente não sabe é que para ser preservado, esse tipo de automóvel exige alguns cuidados especiais.
Apesar de parecer algo banal, recomenda-se que as pessoas não fechem as portas de carros blindados se os vidros estiverem abertos. “É necessário fechá-los antes de bater a porta. Caso isso não seja feito, existem chances de que o impacto cause trincas no vidro”, explica Alessandro Rodrigues, gerente geral da Avallon Blindagens, de São Paulo.
Por causa do peso da proteção, alguns profissionais sugerem que não se deixe as portas abertas por muito tempo. Entretanto, Rodrigues explica que, dependendo da situação, não há poblema. “As portas podem ser deixadas abertas desde que o veículo esteja parado e não exista nada se apoiando sobre elas”, diz.
Também é fundamental que donos desse tipo de veículo façam ao menos uma revisão de blindagem por ano. O processo serve para verificar se o carro está realmente oferecendo proteção e se algum item precisa ser reparado ou substituído.
Além disso, é preciso checar se os produtos usados são certificados e procurar informações sobre o histórico da empresa que realizou o serviço. “O cliente vê apenas o vidro blindado, mas é muito importante saber como é o aço e a manta que foram usados, e se ambos estão fixados de maneira correta”, complemente Rodrigues.
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Cuidados com a temperatura
Quem opta por um carro blindado também deve estar sempre atento à temperatura. O gerente geral da Avallon Blindagens relata que esse tipo de veículo retém mais o calor do que os carros normais. Por isso, não é indicado deixá-lo por muito tempo no sol.
“Quando entramos no carro quente, a primeira coisa que fazemos é ligar o ar-condicionado. Esse ‘atrito’ do ar frio no vidro quente acelera o processo de delaminação, ou seja, o aparecimento de bolhas nos vidros”, comenta Rodrigues. Ele ensina que para evitar danificações, não se deve posicionar o vento em direção aos vidros.
O motorista ainda tem de tomar cuidado ao jogar água nos vidros do veículo, pois o choque térmico pode causar rachaduras. “Pense em um automóvel que passa a noite ao ar livre e logo pela manhã está coberto de sereno. Depois ele recebe o sol forte. Se jogarmos água, o choque térmico do contato da água com o vidro quente pode acabar gerando trincas”, finaliza o especialista.