Governo falhou? Mesmo com desconto, carro popular barato não é o que o brasileiro quer

O carro popular, principal alvo de incentivos do estado com a nova MP, não foi o mais consagrado pelo brasileiro em junho. Veja.

Junho de 2023 ficará marcado como o mês em que o Governo Federal implementou uma estratégia para alavancar o setor automotivo no país. Porém, os veículos mais baratos do mercado, o chamado ”carro popular”, principal alvo de incentivos do estado, não foi o mais consagrado pelo brasileiro. Veja.

Governo falhou? Mesmo com desconto, carro popular barato não é o que o brasileiro quer

Nada de carro básico: brasileiro prefere modelos mais sofisticados (Foto: Freepik)

Incentivo ao setor através do carro popular

Desde a primeira semana deste mês, o setor automotivo passou a receber incentivos fiscais que culminaram no barateamento de veículos até R$ 120 mil no país.

Desta forma, governo e montadoras, reuniram esforços para reaquecer o setor, com foco principalmente, nos chamados ”carros populares”.

Os veículos de entrada das principais fabricantes do país, foram os principais afetados pelos descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil do governo, além dos ”bônus” aplicados por montadoras, o que resultou na queda abrupta do preço de alguns modelos.

No entanto, nem mesmo esse empenho conjunto parece ter sido suficiente para alavancar o segmento, ao menos da forma planejada.

Governo falhou? Mesmo com desconto, carro popular barato não é o que o brasileiro quer

Indústria automotiva teve incentivo governamental e das montadoras em junho, com foco principalmente em modelos de entrada (Foto: Freepik)

Veículos de entrada não são os preferidos do brasileiro

É possível afirmar que no Brasil o(a) comprador(a) de carro 0 km busca modelos mais completos e não o chamado carro popular, mais básicos e acessíveis.

Via de regra, isso que é mostrado com a análise de vendas pós-programa de incentivo do governo ao setor automotivo, válido desde o começo de junho.

Modelos como os mais baratos do mercado, casos de Renault Kwid e Fiat Mobi, que passaram a custar R$ 58.990 após medidas de isenção fiscal, não figuram sequer entre os 20 carros mais vendidos, três semanas depois da Medida Provisória 1.175.

Desta maneira, de modo inverso, com alto prestígio aparecem veículos mais ricos em acessórios e de categorias que por si só ”cobram” mais do consumidor pelo que podem entregar.

Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), carros como Fiat Strada, Volkswagen T-Cross, Chevrolet Tracker e Honda HR-V, ocupam quatro das 5 posições mais favorecidas em emplacamentos no mês atual.

No top 5, apenas um modelo pertence aos hatches, o Volkswagen Polo, em geral, veículos de entrada das principais montadoras, que tiveram impacto maior com a MP.

Estendendo a leitura do cenário para o top 10, apenas mais dois modelos compactos se juntam ao concorrente da Volks, Chevrolet Onix e Hyundai HB20.

Apesar disso, Polo, Onix e Hyundai custam, pelo menos R$ 11 mil a mais que os carros 0 km mais baratos do país, Kwid e Mobi.

Veja os dez carros mais vendidos após os incentivos fiscais ao setor, com predominância de SUVs, seguido por grande ascensão das picapes.

  1. Fiat Strada – 5.335
  2. Vokswagen T-Cross – 4.452
  3. Volkswagen Polo – 4.366
  4. Chevrolet Tracker – 3.316
  5. Honda HR-V – 3.252
  6. Hyundai Creta – 3.216
  7. Fiat Toro – 2.883
  8. Chevrolet Onix – 2.719
  9. Hyundai HB20 – 2.694
  10. Toyota Hilux – 2.615
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Gervásio Henrique
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Gervásio Henrique

Jornalista com maior experiência profissional no setor automotivo. Atualmente redator do Grupo Gridmidia com foco no portal Garagem360. Temas como: mobilidade, serviços e setor de caminhões estão entre as preferências.

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