Blindagem automotiva: conheça os materiais para fazer boas escolhas

Ao escolher a blindagem automotiva, o consumidor deve informar-se sobre os materiais utilizados, que influem diretamente na segurança.

Ao escolher a blindagem automotiva para seu veículo – entre as várias opções de proteção, preço e estilo existentes no mercado –, o consumidor deve informar-se sobre o material e o processo utilizados. A recomendação é de Marcelo Fonseca, executivo do segmento de Defesa da DuPont, uma das principais indústrias do mundo.

“É essencial pesquisar a empresa que fabrica o material e a que oferece o serviço. Conversar com outras pessoas que já têm carros blindados. Questionar o tipo de proteção oferecida, os testes realizados no material e a sua durabilidade. Enfim, entender que, como há um leque de alternativas no serviço de blindagem, a escolha deve ser feita com total consciência”, alerta.

Escolha do material da blindagem automotiva influi diretamente no nível de segurança

Blindagem automotiva (Imagem: Divulgação)

O Brasil está entre os países com maior frota per capita de carros particulares blindados, uma realidade que reflete a preocupação de muitos motoristas com sua segurança pessoal e familiar. Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), entre 2010 e 2021, a produção anual de veículos de passeio blindados no Brasil quase triplicou, passando de 7,3 mil para 20 mil.

O especialista Marcelo Fonseca defende que o melhor entendimento das tecnologias e materiais usados na blindagem veicular ajuda consumidores e blindadores a fazer escolhas mais conscientes e adequadas do ponto de vista de performance, segurança e durabilidade. “Mesmo porque, assim com o mercado de veículos, as soluções em blindagem oferecem opções para todos os gostos e bolsos”, afirma.

Painéis balísticos de aramida 

Painel balístico de aramida (Foto: Divulgação)

Os painéis balísticos de aramida, um polímero termofixo, é um material compósito produzido a partir da combinação de diversas camadas de tecidos ultrarresistentes feitos com fibras de aramida. “Em relação à tecnologia, nada revolucionou mais o mercado do que esses painéis”, ressalta Fonseca.

Antes dos painéis balísticos de aramida, a blindagem das partes opacas (sem considerar os vidros) dependia quase que 100% de placas de aço balístico –  agora o uso desse material se limita a cerca de 10%.

No uso em proteção balística, a principal característica da aramida é o alto poder de dissipação da energia do impacto, impedindo a passagem de projéteis. Por ser maleável e cinco vezes mais leve que o aço, sua aplicação foi adotada em larga escala na blindagem, sendo utilizada em uma variada gama de camadas – a depender do local onde é aplicada e do nível de proteção desejado. É o mesmo material utilizado na confecção dos coletes à prova de balas.

Não-tecidos unidirecionais de aramida

Blindagem automotiva ( Foto: Divulgação/Master Blindagens)

Os chamados não-tecidos unidirecionais de aramida são compostos de fibras alinhadas, sobrepostas e unidas perpendicularmente por resina termoplástica, com propriedades de resistência balística similares às tramas convencionais. 

Apesar disso, uma vez que a fixação das fibras é feita somente por resinas termoplásticas, em vez do intertravamento mecânico natural dos tecidos, o painel balístico resultante apresenta diferenças importantes. Embora seja um material de qualidade, o trabalho de moldar a manta para o encaixe na estrutura do veículo apresenta pontos de atenção quanto à sua plena eficácia.

O primeiro deles se refere à própria dobra do painel, cuja geometria pode provocar rugas em seus vincos, tornando estes pontos localizados mais vulneráveis. Se a peça não estiver bem dimensionada, haverá pontos de tensão que podem enfraquecer sua estrutura.

Outro aspecto que merece atenção está relacionado à durabilidade e estabilidade do material que foi moldado, especialmente em relação ao calor. O Brasil é um país com muitas regiões de temperaturas elevadas. Um carro fechado sob o sol pode atingir mais de 70º C internamente. 

“Temperaturas mais elevadas representam um risco para a blindagem unidirecional com resinas termoplásticas, uma vez que acentuam a possibilidade de delaminação (separação lenta e gradual de camadas de proteção) e perda de desempenho ao longo da vida útil – sobretudo após usos e ciclos de variação térmica”, alerta o especialista.

Por isso, é importante avaliar a utilização do material flexível no que diz respeito à sua integridade estrutural após ser moldado.

Outro ponto a não perder de vista são as exigências do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para a regularização da blindagem automotiva.

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Paulo Silveira Lima
Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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