Entenda o que é flushing para limpar motor e saiba se vale a pena

O flushing é uma limpeza química do sistema de lubrificação do motor para eliminar a borra. Mais rápido e mais barato, será que compensa?

Se você recentemente parou num posto para trocar o óleo do carro é possível que tenha sido abordado por algum funcionário oferecendo limpar o motor por flushing. Trata-se de é um procedimento de limpeza química do sistema de lubrificação do motor que visa eliminar a borra – acúmulo de resíduos de óleo oxidado. 

Para realizar o flushing, o mecânico aplica um solvente com alto teor de aditivos detergentes que dissolve as impurezas impregnadas no motor. O método é mais rápido – e consideravelmente mais barato – do que a limpeza completa do motor, realizada por oficinas especializadas, que desmontam o propulsor para fazer a manutenção de seus componentes. Mas será que vale a pena?

Saiba como funciona o flushing e veja se o procedimento é vantajoso

Motor com borra (Foto: Divulgação)

Com a ajuda dos especialistas da InstaCarro – plataforma online de compra e venda de veículos – esclarecemos, a seguir, as principais questões relacionadas ao flushing.

Normalmente, o procedimento é realizado antes da troca de óleo, com o motor em funcionamento em marcha lenta por um determinado período. Depois disso, o fluido é drenado pelo cárter e os restos da borra são eliminados junto com ele. Muitos consideram esse procedimento vantajoso, visto que oferece uma limpeza interna em pouco tempo e com baixo custo.

O método utiliza produtos que podem ser adicionados diretamente no tanque ou no cárter, com o objetivo de remover a carbonização naturalmente causada pela queima do combustível e do lubrificante consumido no processo.

O carbono incrustado nas válvulas afeta sua estanqueidade e traz perda de desempenho. No caso do carbono acumulado na cabeça dos pistões, há risco de queima descontrolada, que resulta pré-detonação ou “batida de pino”.

Contraindicações

Postos oferecem produtos para flushing (Foto: Divulgação)

Mas há quem seja contra o flushing. Alguns mecânicos consideram o serviço desnecessário na maioria dos casos. Há especialistas que dizem, inclusive, que a técnica é incapaz de limpar alguns componentes do sistema de lubrificação do motor.

Além disso, há o risco de que resíduos de borra não dissolvidos acabem nas válvulas de admissão e no escape, entupindo assim os cilindros, dutos e galerias internas do motor. Itens como anéis, bronzinas e camisas dos pistões também podem ser danificados e, consequentemente, levar ao travamento do motor.

Diante desses riscos, o ideal é a desmontagem do motor para que uma limpeza mecânica associada a produtos específicos seja feita e assim se eliminar toda a borra antes de montá-la novamente e colocar o carro em funcionamento. Para carros novos e seminovos, o flushing não se justifica.

Existem perigos ao realizar o procedimento nos motores mais antigos. Nos modelos mais velhos, a limpeza química pode ser bastante nociva – ainda mais se não for acompanhada em seguida da troca do óleo lubrificante.

Ao realizar o flushing, a carbonização e outros resíduos que se desprendem das válvulas de admissão e escape e dos pistões costumam contaminar o óleo. Especialmente o carvão traz partículas sólidas que, se ingressarem no circuito de lubrificação, causam riscos, trazendo a possibilidade até de o propulsor parar de funcionar.

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(Foto: Nakata)

Saiba como evitar a carbonização do motor

Para evitar a carbonização é recomendado utilizar combustível aditivado. Embora a prática não elimine o problema totalmente, ajuda a diminuir o problema. 

Enquanto a performance do motor não for afetada, a lista de cuidados inclui seguir o plano de manutenção nos prazos e quilometragens indicadas no manual e abastecer em postos de confiança, para minimizar o risco de combustível adulterado.

Não use óleo do motor que não tenha a especificação recomendada pelo fabricante do veículo, nem coloque aditivos no lubrificante. A mistura de produtos não recomendados pode comprometer a eficácia do óleo e facilitar a formação de borra.

Além disso, o ideal é seguir rodando sem realizar nenhum procedimento de limpeza química e sem descuidar das práticas indicadas acima, até chegar a hora de fazer a retífica e a limpeza criteriosa das peças internas, após a desmontagem do motor em oficina especializada.

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Paulo Silveira Lima
Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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