Cuidados para evitar problemas com sistema de partida em dias frios
Baixas temperaturas podem contribuir para que os automóveis apresentem problemas de funcionamento variados. Saiba como evitá-los.
Baixas temperaturas podem contribuir para que os automóveis apresentem problemas de funcionamento e performance dos mais variados, como no sistema de partida. Assim, demandando mais cuidado por parte dos motoristas e mecânicos durante o períodos de inverno.
Componentes como as velas e os cabos de ignição, a bateria e o tanque de partida a frio requerem atenção nesta época do ano.
De acordo com o especialista Cleber Willian Gomes, professor do departamento de Engenharia Mecânica do Centro Universitário FEI, esses itens podem ser prejudicados pelo frio intenso, especialmente quando se tratam de carros com mais de cinco anos de fabricação.
Veja dicas para dar partida no carro nas épocas de baixas temperaturas (Foto: Freepik)
Veja os itens do carro que precisam de cuidados no inverno: saiba evitar problemas com o sistema de partida
“Entre os itens dos veículos que exigem maior cuidado em climas extremos, tanto no frio quanto no calor, está o sistema de partida, responsável por ligar o automóvel”, afirma Gomes.
“Ele é composto por itens como a bateria, as velas de ignição e o tanquinho que podem apresentar alguns problemas. Contudo, sabendo para o quê e como olhar, o condutor pode identificar e prevenir potenciais dores de cabeça”, explica.
O especialista aponta dicas e cuidados a seguir para que o motorista mantenha o bom desempenho do sistema de partida nos dias mais frios.
Velas de ignição
Velas de ignição têm a função de conduzir corrente elétrica (Foto: Shutterstock)
É importante estar atento às velas de ignição nas baixas temperaturas. Esse dispositivo elétrico tem um papel fundamental para o bom funcionamento do motor. Sua função é gerar a centelha que a combustão da mistura de ar e combustível nos motores de combustão interna – a etanol, gasolina ou diesel –, ligando o carro.
Para o bom desempenho das velas de ignição, é preciso manter em dia a limpeza dos bicos injetores e do filtro de ar, além de verificar se a injeção eletrônica está funcionando corretamente.
“É vital fazer uma revisão do sistema de ignição a cada 10 ou 15 mil quilômetros rodados, mas lembre-se de que cada fabricante indica um tempo de troca diferente”, alerta o professor.
Em casos de falha na partida do motor, é aconselhável não continuar tentando ligá-lo. “A insistência nesta ação pode causar o encharcamento das velas, gerando um transtorno ainda maior. Procure um mecânico mais próximo ou de sua confiança”, afirma.
Cabos de ignição
Cabos de ignição (Foto: Divulgação)
O cabo de ignição, também conhecido como cabo de vela, é um componente chave do sistema de partida, sendo responsável pelo funcionamento do motor e pela distribuição da energia gerada pela bobina até as velas de ignição.
O professor destaca que defeitos ou avarias nesse item são de fácil identificação pelo motorista. “Geralmente, é fácil observar se há marcas de desgaste por atrito ou derretimento nos cabos. Nessas condições, pode ocorrer uma fuga da corrente elétrica e, com isso, falhas no momento da ignição, com o efeito de oxidação dos terminais”, explica.
Gomes ressalta a importância de ser realizada a manutenção desse condutor elétrico com cuidado. O manuseio incorreto pode danificar o cabo e comprometer seu bom funcionamento.
“A vida útil dos cabos varia entre 30 mil e 40 mil quilômetros rodados. Toda vez que o motorista fizer a troca das velas de ignição, é sempre recomendado verificar os cabos também”, aconselha.
Bateria
(Foto: Pixabay)
A bateria é outro componente que tende a ser afetado pelo clima frio, por conta da maior frequência no seu uso. Sua vida útil é de dois a três anos, mas essa longevidade pode ser reduzida em até 50% caso o proprietário não tome os devidos cuidados, explica o professor.
“O uso do sistema de aquecimento de bancos e calefação com o carro desligado, por exemplo, também coopera para que a bateria se esgote mais rapidamente”, afirma.
O especialista destaca que, além disso, em episódios de congestionamento é importante usar o freio de mão, evitando assim partidas sucessivas e, consequentemente, o descarregamento da bateria. “Recarregamentos constantes da bateria contribuem para a redução da sua durabilidade”, esclarece.
Reservatório de partida a frio
Tanquinho de partida a frio (Foto: Leo Alves/Garagem360)
O tanque de partida a frio é um componente do carro que armazena uma pequena quantidade de gasolina, permitindo que o motor do carro ligue sem dificuldades quando abastecido puramente (ou em maior proporção) com etanol.
“Para que o condutor não tenha surpresas desagradáveis, é importante abastecer o tanque de partida a frio com frequência, especialmente nos dias mais frios, quando esse sistema mais trabalha”, alerta Gomes. “Para garantir o bom desempenho, dê preferência por gasolina premium ou, pelo menos, aditivada”, recomenda.
Ainda sobre esse reservatório, o professor explica que a troca de gasolina deve ser feita a cada três meses, mesmo que não tenha sido usado.
“Mas não é necessário encher o tanquinho todo, uma vez que a quantidade usada em cada partida é pequena. O ponto principal nessa dica é não deixar o tanquinho esvaziar, pois ele pode rachar, assim como as mangueiras”, afirma o especialista.
Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
