A Volkswagen irá colocar 3 mil trabalhadores da produção em férias coletivas, na fábrica de São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista, em função da falta de peças e componentes eletrônicos para finalizar a produção dos veículos. Os metalúrgicos ficarão fora da fábrica por dez dias, de 27 de junho a 7 de julho.
A montadora já havia colocado cerca de 2,5 mil metalúrgicos dessa mesma unidade em férias coletivas no mês de maio por problemas na cadeia de suprimentos. A falta de peças, notadamente os semicondutores, vem afetando fortemente a indústria automotiva desde maio do ano passado.
“Toda a indústria nacional vem sendo impactada e isso acaba atingindo diretamente os trabalhadores. A falta de política industrial e de desenvolvimento no País tem causado a desestruturação da cadeia produtiva nacional”, analisa José Roberto Nogueira da Silva, coordenador-geral da representação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na fábrica da Volkswagen.
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O dirigente sindical destaca que acordo vigente com a VW, negociado entre sindicato e empresa, “permite que os trabalhadores tenham tranquilidade em relação aos empregos e garante previsibilidade sobre o futuro da fábrica”.
A Volkswagen conta, na unidade de São Bernardo do Campo, com cerca de 8,2 mil trabalhadores, sendo 4,5 mil alocados na produção.
Fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP) também teve produção afetada
A montadora alemã já havia enfrentado problemas de produção na fábrica em Taubaté (SP), sendo obrigada a suspender um dos turnos de produção, entre os dias 4 de fevereiro e 4 de abril, devido à falta de semicondutores.
Nesse período, cerca de 800 trabalhadores permaneceram em regime de lay-off, na sequência de um mês de férias coletivas.
Em Taubaté, a Volkswagen aproveitou a diminuição do ritmo de produção para realizar adequações na linha de produção, visando à implantação da plataforma Modular Transverse Matrix (MQB).
A plataforma permite a produção de novos modelos – como o Polo Track, que deve chegar ao mercado brasileiro em 2023 saído da fábrica de Taubaté – e a redução do tempo para produzir os veículos. O investimento faz parte do pacote de R$ 7 bilhões anunciado pela Volkswagen, em novembro passado, para a modernização de suas plantas na América Latina.
Em São Bernardo do Campo, onde fica a unidade que será paralisada agora, são produzidos o sedã Virtus, o hacht Polo, a picape Saveiro e o SUV Nivus.
