Reciclagem de baterias de elétricos pode ser realidade no Brasil em breve
Parceria entre BMW, metalúrgica Tupy e Senai-Pr visa recuperação de compostos químicos por meio da reciclagem de baterias de carros elétricos
dO BMW Group Brasil, a metalúrgica Tupy e o Senai Paraná firmaram parceria para desenvolver processos sustentáveis que garantam a recuperação de compostos químicos das baterias em fim de vida de veículos elétricos. Cada parte trará conhecimentos específicos para os estudos dentro de sua área de atuação. O projeto prevê investimentos da ordem de R$ 3,4 milhões.
(Foto: Divulgação/BMW)
Reciclagem de baterias de carros elétricos será feita por hidrometalurgia; entenda o processo
O objetivo é desenvolver a reciclagem de baterias por hidrometalurgia, processo mais sustentável que a tradicional pirometalurgia – processo mais utilizado atualmente. A tecnologia envolve menos emissões de gases de efeito estufa e menor necessidade extração de minerais pelos meios tradicionais de mineração.
O Senai-PR será o executor do projeto de pesquisa e responsável pelas atividades e respectivas entregas dos resultados da pesquisa, que será realizada no Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI-EQ), em Curitiba (PR).
A Tupy, dentro da frente da Tupy Tech, tem dedicado seu conhecimento em materiais, metalurgia e processamento de geometrias complexas ao desenvolvimento de tecnologias que contribuam com a jornada de descarbonização dos clientes.
Por sua vez, o BMW Group Brasil, autor do projeto e pioneiro em eletromobilidade, fornecerá seu conhecimento técnico e as baterias do veículo elétrico BMW i3 para o desenvolvimento do processo de reciclagem por hidrometalurgia. A ressíntese dos materiais reciclados, para produção de novas células de baterias a partir do material reciclado, também é uma das entregas mapeadas junto ao ISI-EQ.
carros elétricos (Foto: Pixabay)
Baterias novas terão minerais reciclados
O projeto abre uma nova rota para o uso de minerais reciclados na fabricação de baterias novas. Isso diminuirá sensivelmente a dependência da matéria-prima mineral primária. Com duração de 24 meses, a intenção é que os primeiros resultados sejam avaliados ainda neste ano.
O objetivo nesse processo de reciclagem de baterias de carros elétricos é a ressíntese do material ativo do cátodo de uma bateria, com material 100% reciclado. Serão obtidos parâmetros de eficiência de todo o processo, da pureza dos materiais reciclados, do índice econômico e do índice ambiental.
Os compostos químicos são raros na natureza e sua reutilização representa um grande desafio científico e tecnológico para a sociedade. “Essa aliança da Tupy com o BMW Group Brasil e o Senai-PR está alinhada a inúmeras iniciativas mundiais relacionadas à cadeia de valor dos veículos elétricos e, principalmente, à jornada de descarbonização à qual temos dedicado diversas frentes de pesquisa”, afirma Fernando Cestari de Rizzo, CEO da Tupy.
(Ilustrativa / pexel)
Desenvolvimento do projeto
O desenvolvimento do projeto, visando à reciclagem das baterias de lítio e ressíntese do material ativo do cátodo, permitirá às empresas a obtenção de uma tecnologia 100% nacional, conforme destacam Marcos Berton e Heverson Renan, pesquisadores do ISI-EQ.
Segundo eles, a reciclagem e a ressíntese do material para ser reutilizado na fabricação de novas baterias para veículos elétricos são “a grande inovação desse projeto e está alinhada com a visão da economia circular de veículos elétricos”.
“Estamos desenvolvendo diversos estudos e projetos para o segundo uso da bateria dos veículos elétricos, como o desenvolvimento de estação de recarga para veículos elétricos totalmente desconectados da rede de energia. Essa nova parceria é um passo adiante”, completa Vivaldo Chaves, Diretor de Sustentabilidade e Infraestrutura do BMW Group Brasil.
Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
